Mais de 5 mil manifestantes contrários
aos vetos da lei do Ato Médico e do Programa Mais Médicos foram às ruas de São
Paulo dia 16/07/2013,em um protesto que durou quase três horas e terminou na
avenida Paulista, no centro da cidade. Os manifestantes, em sua maioria médicos
e estudantes de medicina, também protestaram contra a "importação" de
profissionais da saúde de outros países sem realização de um exame para a
validação do diploma no País; criticaram a aplicação da prova Revalida (voltada
para formados fora do Brasil) a estudantes graduados em instituições
brasileiras; e pediram a aprovação de um projeto de lei que determina que a
União invista 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em saúde pública.
"De repente, o problema da saúde pública
no Brasil não é mais a falta de investimento: é a falta de médicos. Mas a falta
de médicos é justamente uma consequência da falta de investimentos em saúde
pública", disse o presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo
(Cremesp), Renato Azevedo Junior,antes da passeata.
O presidente do Cremesp também fez
críticas ao ministro Alexandre Padilha (Saúde), que na semana passada anunciou
que irá encaminhar para votação no Congresso uma Medida Provisória para que os
recém-formados em medicina passem dois anos trabalhando exclusivamente no
Sistema Únido de Saúde (SUS), para só então obter o registro
profissional.
"Qualquer coisa de caráter obrigatório
não funciona", disse. Segundo Renato Azevedo, o Cremesp e outras entidades de
classe nacional estudam ir à Justiça contra a medida, que consideram
"inconstitucional", e pretendem ajuizar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADIN) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso a MP passe no
Legislativo.
"O Executivo está querendo legislar sem
debater com ninguém. O assunto nem poderia ser regido por uma MP, porque não é
urgente, já que vale a partir de 2015 (se aprovada)", completou.
O Cremesp também defendeu a criação de
um plano de carreira para os médicos que se dedicam a trabalhar no SUS,
principalmente em regiões de difícil acesso. "O médico, de repente, se tornou o
vilão desse sistema, mas quando na verdade ele é a vítima. Os médicos não vão
aos locais de difícil acesso porque não tem infraestrutura",
reclamou.
O protesto começou por volta das 17h na
rua da Consolação, no centro da capital paulista, e percorreu algumas das
principais vias da cidade. O plano inicial era de que o protesto terminasse no
Largo São Francisco, mas os manifestantes continuaram a passeata até a avenida
Paulista.
A manifestação ocorreu de maneira
pacífica, com duras críticas ao governo federal. Durante o percurso, os
manifestantes carregaram três caixões com as fotos da presidente Dilma Rousseff
e dos ministros Alexandre Padilha e Aloizio Mercadante (Educação). No trajeto,
os manifestantes entoavam frases de efeito, como: "Ei, Dilma, vai tratar no SUS"
e "Vai pra casa, Padilha". Também cantaram o hino nacional diversas
vezes.
A categoria agora pretende realizar uma
nova manifestação de caráter nacional no próximo dia 8 de agosto, e promete
fazer mais manifestações nas ruas, caso o governo não recue das medidas
anunciadas.
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