TESTEMUNHO DE UM APRENDIZ


Minha mãe chamava-se Maria Odette Ortiz, era funcionária pública aposentada, e mãe de cinco filhos (Márcio, Isete, Murilo, Fernando e Eliane). Faleceu aos 86 anos de idade em 2006, mas deixou um legado de sabedoria e virtudes. Sempre, como filho, percebia o valor de suas atitudes, mesmo ela achando que eu não estava a observando, eu estava sempre a espreita aprendendo com seus belos exemplos de vida.
Como dizem, os filhos aprendem mais com os exemplos dos pais do que com palavras ditas e repetidas à exaustão!
Não fugi a regra, sempre estava espreitando minha mãe e vi quando fez meu bolo preferido no meu aniversário e aprendi que as pequenas coisas podem ser as especiais na vida.
Espreitando a vi cozinhar para uma amiga doente e aprendi o que significa ajudar um ao outro no amor fraterno.
Espreitando eu a ouvi orando para mim e me dando um beijo de boa noite e eu me senti seguro e amado.
Sempre espreitando eu vi, como ela lidava com o seu emprego, mesmo quando não se sentia bem, e aprendi ser correto e leal com as responsabilidades da vida.
E espreitando eu a vi doando seu tempo e dinheiro para as pessoas necessitadas e aprendi o real significado da generosidade.
E espreitando eu vi lágrimas em seus olhos nos momentos de dificuldades e doenças, e entendi que chorar ameniza os sofrimentos.
Espreitando eu vi que ela se importava muito comigo e desejava que tivesse um futuro brilhante e digno. Segui seus propósitos e formei-me médico com inspiração altruística e humanitária.
Espreitando eu a vi conversando com Deus e aprendi a confiar nele também.
E sempre espreitando fui seu aprendiz.
Um belo dia acordei e quis dizer: “Obrigado minha mãe, por todas as coisas que aprendi te observando...mas ela não se encontrava mais entre nós.”

Do filho que sempre te amou,
Fernando Ortiz.

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