Dia do Médico, 18 de Outubro, uma data para reflexão!

No caso de medicina, a humanização da relação médico-paciente é essencial. O elo entre médico e paciente deve ser necessariamente pautado pela empatia, o respeito e o cuidado. 

Certo é que estamos distantes desta realidade. Hoje, muitos colegas nem se dão ao trabalho de levantar a cabeça e olhar nos olhos de seus pacientes. A anamnese parece ter perdido a importância. A conversa, o escutar vão aos poucos sendo descartados em clínicas, hospitais e consultórios como coisas obsoletas. Inapelavelmente vencidos pelo tempo. 

Não. Não pode ser assim. Os exames precisam ser solicitados com base no diagnóstico. Alguns exames esfriam a relação médico-paciente e encarecem a medicina.

A medicina ideal não pode em momento algum perder sua ternura. O paciente não pode se transformar em um simples número de uma carteirinha de plano de saúde, ou de um número de classificação da doença (CID).

Paciente tem rosto, tem corpo, tem alma, tem nome. O foco do médico deve ser tratar o doente; confortá-lo e curá-lo sempre que possível.

Fazer essa reflexão em nosso Dia do Médico cada vez se torna mais essencial. Porém, temos de fazê-la diariamente e extirpar de nosso dia a dia os vícios que nos distanciam de nossos pacientes. 

A humanização da prática médica precisa novamente ser valorizada. Devemos apurar nossa sensibilidade e observar o doente mais atentamente, olhá-lo em sua essência. Uma relação consistente exige confiança e responsabilidade. O compromisso e os deveres imbuídos nessa interação são imprescindíveis para a boa prática médica. 

A medicina, volto a frisar, jamais pode perder seu lado humanístico, curvando-se a interesses econômicos. Somos profissionais cuja obrigação é prestar assistência médica competente e qualificada, a todos pacientes que por ventura nos procurarem, e sem distinções!

As dificuldades que permeiam nossa profissão são diversas: pressão por consultas rápidas, falta de estrutura, interferência de terceiros e longa filas de espera, só para citar alguns exemplos. A negligência governamental em todos os níveis também é empecilho à boa relação com os pacientes: a formação acadêmica hoje em dia é questionável, faltam investimentos na área da saúde, a rede suplementar prioriza o enriquecimento em detrimento da boa assistência médica.

Contudo, o bom médico não pode se curvar e aceitar passivamente essas ingerências, sejam elas quais forem. Não podemos mecanizar os atendimentos médicos. Escolhemos lidar com pessoas e, por isso mesmo, temos de priorizar o nosso lado humano. 

Devemos sempre extrair o melhor do conhecimento, de nossa atenção, e transmitir confiança para que o paciente sinta-se abraçado, acolhido. Ele precisa desta proximidade e de cuidados; é um direito que deve prevalecer.  

Tais princípios tem de reger toda a classe médica. Precisamos zelar por nossa credibilidade perante a sociedade, pautando o exercício profissional no Código de Ética Médica. Desvios são intoleráveis em quaisquer circunstâncias. O bem estar de nossos pacientes devem ser a razão de nossas vidas e de cada um de nossos atos!
Ser médico, antes de tudo, é saber ouvir com a alma e atender com o coração!

Dr.Fernando Ortiz

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