A Câmara Municipal de São Paulo aprovou em última instância um Projeto de Lei que altera o nome do Minhocão, de Elevado Presidente Costa e Silva para Elevado Presidente João Goulart. O PL segue agora para sanção do prefeito Fernando Haddad.
General do Exército, Arthur da Costa e Silva foi o segundo presidente da ditadura militar. Foi sob seu governo que se iniciou a fase mais cruel da ditadura, os chamados Anos de Chumbo, imediatamente após a decretação do Ato Institucional número 5, em dezembro de 1968. Por meio do AI-5, Costa e Silva atribuiu a si mesmo plenos poderes para fechar o Congresso Nacional, cassar parlamentares e comandar a repressão.
João Goulart, por sua vez, foi o presidente das reformas de base, que liderava um processo importante de distribuição de renda e de direitos, acenando para a reforma agrária, mudanças profundas na Educação, entre outros setores. Sobretudo, foi o presidente deposto por um golpe civil-militar que levou o Brasil a uma ditadura truculenta que se estendeu por 21 anos de graves e rotineiras violações aos direitos humanos. Sua deposição deixou um rastro de censura, perseguições, cassações, prisões arbitrárias, exílios, torturas, mortes e desaparecimentos.
Aos domingos, o Elevado João Goulart continuará sendo chamado de Parque Minhocão, como já sancionado pelo prefeito.
Ainda há uma série de outros endereços que homenageiam personagens históricos ligados à prática sistemática de violações aos direitos humanos durante a ditadura. Um dos projetos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo é justamente o Ruas de Memória, que propõe renomear esses logradouros, em especial aqueles cujos patronos são acusados de cometer crimes de lesa-humanidade, imprescritíveis ou continuados, como a tortura, o sequestro, o desaparecimento e a ocultação de cadáveres.
Comentários
Postar um comentário