Esclarecimento sobre o Zika Vírus



O Zika virus é um vírus do gênero Flavivirus (familia Flaviviridae), filogeneticamente muito próximo dos vírus da dengue, febre amarela e encefalite japonesa e o vírus do Oeste do Nilo. Em humanos é transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti e causa a doença também conhecida como zika.

O vírus zika foi descoberto pela primeira vez em macaco Rhesus, em 1947, na Floresta Zika, em Uganda. Em 1952, os primeiros casos humanos de zika foram detectados e, desde então, os surtos de zika foram relatados na África tropical, o Sudeste Asiático e as ilhas do Pacífico. Em 2014, foi identificado na Ilha de Páscoa (Chile) e, em abril de 2015, no nordeste do Brasil. Uma vez que os sintomas de zika são semelhantes aos de muitas outras doenças virais como a dengue, muitos casos podem não ter sido reconhecidos.

Em maio de 2015, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta sobre o primeiro caso confirmado de infecção pelo vírus Zika no Brasil e, em 01 de fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o vírus Zika uma emergência de saúde pública de importância internacional devido a possível associação da infecção com o aumento de casos de microcefalia e de Síndrome de Guillain Barré.

Aproximadamente 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Nos casos em que há manifestação de sintomas, eles costumam incluir dor de cabeça leve, febre baixa, mal estar, dores leves nas articulações, conjuntivite, prurido e exantema maculopapular (erupção cutânea que não se eleva acima da superfície da pele), que, no geral, desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.
Apesar de geralmente ser autolimitada, foi observado em epidemias pelo zika na Polinésia Francesa em 2013/2014 e no Brasil em 2015/2016 o aumento de casos de microcefalia em neonatos de mães infectadas durante a gravidez e também o aumento de casos de síndrome de Guillain Barré, uma complicação autoimune pós-infecciosa.

Não existe tratamento específico ou vacina para a infecção pelo vírus da zika. O tratamento recomendado tanto pelo Ministério da Saúde e CDC-EUA para os casos sintomáticos é baseado no uso de paracetamol ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios em função do risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus como o vírus da dengue.

Não existem, até a presente data, medicações orais específicas que diminuam a probabilidade de desenvolver a doença ou que ajam especificamente no combate ao vírus. Não há relatos de que o uso de vitaminas, incluindo a vitamina D, poderia ser benéfica nesta situação. Portanto não há recomendações dos órgãos governamentais quanto ao suplemento destas vitaminas nestas situações.
Referencias;
1-    http://www.cdc.gov/zika
2-   http://www.portalsaude.saude.gov.br
3-    Fauci A et al (2016). Zika virus in the Americas – yet another arbovirus. NEJM, 374,feb 18.
4-    Miakar J et al (2016). Zika virus Associated with Microencephaly. NEJM, feb 10.

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