Circular da Direção Nacional do MST a seus militantes

Circular da Direção Nacional do MST  a seus militantes sobre o momento político atual: 

São Paulo,17 de março de 2016

Estimados companheiros/as,

1. Certamente todos/as estão acompanhando com atenção os desdobramentos da crise política no país. Há um clima de tensionamentos, de enfrentamentos e de muitas manipulações de informações pelas redes sociais e de incitamento social.

2. Em nome da Direção Nacional do nosso movimento, queremos chegar a cada um de vocês para compartilhar alguns elementos de reflexão sobre esse momento e dos encaminhamentos políticos que estamos orientando.

3. O Brasil vive uma grave crise econômica, social, política e ambiental, que afeta a toda sociedade e que está relacionada com o contexto da crise mundial do capitalismo, com a situação de dependência de nosso país, com os erros do governo na política econômica e com a sanha dos capitalistas que querem apenas lucro fácil, sem se preocupar com os destinos do pais e a solução dos problemas do povo.

4. Diante da crise há uma disputa permanente de projetos para saída da crise. Os setores da burguesia que dominam a economia e estão alinhados com o capital estrangeiro querem a volta ao neoliberalismo. Porem não podem dizer explicitamente ao povo que querem privatizar a Petrobras, diminuir os recursos públicos para solução dos problemas do povo. E não conseguiram isso através do voto, nas ultimas eleições presidenciais.

5. Assim, uma parcela da sociedade, a chamada pequena burguesia tem ido às ruas, vociferar seu ódio, como forma de incentivar a população a se manifestar contra o governo e pregando claramente um golpe. Derrubar a Dilma é a necessidade deles, para voltar o projeto do neoliberalismo, para voltar a terem controle também do executivo, das leis.

6. Por outro lado, se formou uma tríplice aliança entre setores do Ministério Publico Federal, setores do poder judiciário e da Policia Federal, com apoio explicito da Rede Globo, para criar fatos políticos manipulados, para condenar antecipadamente o ex-presidente Lula. E criar uma situação de ilegalidade e perseguição política. Selecionam, manipulam e vazam as informações que só atingem pessoas que representam a esquerda. Querem no fundo, derrubar o governo Dilma, inviabilizar a candidatura Lula e derrotar politicamente as ideias de esquerda no país.

7. A Globo tem sido o principal instrumento golpista que manipula e agita a opinião publica distorcendo os fatos e gerando um clima de ódio. É o DNA golpista da Globo se manifestando mais uma vez.

8. Para as forças populares, para a esquerda em geral, só há um caminho: ir para as ruas. Ir à luta para defender a democracia, para defender os direitos dos trabalhadores, para exigir mudanças na política econômica, para defender a Petrobras e demonstrar ao povo, quem são os verdadeiros inimigos do país

9. O MST participa ativamente da Frente Brasil Popular, que tirou um calendário de mobilizações em todo país. Amanhã, dia 18/3 estão programadas grandes manifestações em todas as capitais e cidades importantes. É muito importante, decisivo, que participemos massivamente nessas manifestações. Assim, conclamamos a todos para colocar energias e estimular a ampla participação nessas mobilizações populares

10. No dia 31 de março, que lembra triste data do golpe militar, devemos fazer plenárias, mobilizações nos municípios do interior, para levar esse debate ao maior numero possível de pessoas , da população em geral. Devemos aproveitar para debater a natureza da crise e quais seriam as verdadeiras saídas, combatendo o golpe, e defendendo mudanças para melhorar as condições de vida do povo. Defenderemos a democracia e o mandato da Presidenta. Mas queremos mudanças na política econômica.

11. Nosso Movimento, em particular, juntamente com outros movimentos do campo, vamos também nos mobilizar durante todo mês de abril, para recolocar no debate a reforma agrária. Queremos que se retome as políticas publicas para agricultura familiar e que se retome os assentamentos.

12. Conclamamos a cada um, para reunir-se nas bases, assentamentos, acampamentos e preparar nossas mobilizações no mês de abril, em torno do dia 17 de abril, para lembrar o massacre de 21 companheiros assassinados, até hoje impunes, depois de 20 anos.

13. Nosso futuro é a luta. E só vence quem lutar. Por isso, não é momento de ficar parado, apesar da perplexidade com a conjuntura mudando a cada momento.

14. Recomendamos também que com aumento do tensionamento, fiquemos alerta, não caiamos em provocações da direita, devemos sempre atuar em coletivo. Devemos ter cuidados especiais com a segurança das pessoas, dos militantes e de nossas estruturas coletivas.

15. Esse é o momento de ficarmos alertas, se reunindo com o povo, repassando nossas análises, provocando o debate sobre as saídas da crise, e organizando as mobilizações em nossos municípios e participando das atividades nas capitais.

Vamos à Luta!
Um forte abraço a todos e todas
Coletivo da Direção Nacional

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