Aécio, porque tanto ódio e desrespeito?

Desde o começo da campanha, defendemos o debate de ideias, a discussão de projetos políticos e o diálogo de alto nível. As críticas na campanha eleitoral devem ter seu espaço limitado ao campo político, jamais desrespeitando os outros candidatos e fazendo ataque gratuito. Infelizmente, a recíproca não é verdadeira.

A gente conhece muito de um candidato e de um partido por sua militância. E, há tempos, denunciamos os ataques gratuitos recebidos por parte de militância orgânica e de robôs trabalhando em favor do nosso adversário político no segundo turno, Aécio Neves. O segundo debate entre os presidenciáveis, realizado na quinta-feira (16/10) deixou claro que o candidato também assume postura bastante agressiva, assim como parte de sua militância. Aécio ofendeu tão gratuitamente Dilma Rousseff, que ocupa o cargo mais alto da nossa república, e por tantas vezes, que se tornou alvo de críticas até por aqueles que não simpatizam com Dilma.

Após o debate, Aécio engatou um telefonema com a ex-candidata Marina Silva. Sob os olhares atentos de toda a imprensa, Aécio abaixou ainda mais o nível do embate político ao caçoar do fato de a presidenta ter tido uma queda de pressão. “Deu o desespero. Viu que ela passou mal?”, disse, saindo do telefone e indo direto para as manchetes dos jornais.  Os comentários na notícia da Folha de S. Paulo sobre o telefonema mantém o mesmo nível do candidato tucano. São mensagens carregadas de preconceito e machismo. A exemplo de Aécio Neves, que teve a “coragem” de chamar a Presidenta da República de mentirosa em rede nacional, por diversas vezes, sua militância usa de palavras como “gorda”, “burra” e “filha da p***” para ofendê-la na internet. Como fizeram na Copa. E, assim como fizeram com Lula, quando estava doente, fazem piadas com a época em que Dilma teve um linfoma, perguntando por que a presidenta não usou um “médico cubano”  ou o sistema público de saúde para fazer seu tratamento.

Boa parte da militância e simpatizantes dos tucanos são bastante virulentos. Além dos ataques cometidos dentro da rede e da campanha de baixíssimo nível promovida pelo whatsapp, as agressões saíram do virtual e passaram para a realidade. No último dia 16, um grupo de estudantes de medicina usando adesivos de Aécio em seus jalecos, tentou invadir uma plenária de apoio à reeleição da presidenta Dilma  realizada pelo Deputado Paulo Teixeira (PT-SP), com as presenças do prefeito Fernando Haddad, do Senador Eduardo Suplicy e da filósofa Marilena Chauí. A militância petista que participava do evento foi hostilizada e a coisa só não acabou em pancadaria graças à mediação de Suplicy.

Além dos ataques físicos, o PT tem recebido diversas denúncias sobre a atuação de alguns membros da comunidade médica em favor do tucano Aécio Neves. Uma das últimas relata que alguns médicos da rede pública de Mossoró – RN, da UPA de Santo Antônio, estão incentivando os pacientes a votarem em Aécio Neves, ferindo a ética da profissão.
Os casos de confusão não são isolados. Em setembro, um grupo de militantes do PSDB invadiu um comitê do PT no Acre e a confusão terminou em pancadaria. Segundo informações da Gazeta do Acre, crianças com Síndrome de Down e uma idosa saíram feridas. No Facebook, a mãe reclama que o filho apanhou na escola por ter apoiado Dilma. O ódio não tem fim do outro lado.

E nem os famosos escapam do ódio de quem não aceita o contraditório. O escritor Gregório Duvivier foi hostilizado em um restaurante no Rio de Janeiro por ter manifestado seu apoio público a Dilma Rousseff e foi chamado de “marginal” no Facebook pelo ator Dado Dolabella pelo mesmo motivo. Dolabella ainda comparou apoiadores de Dilma a pessoas com ebola.

Até o comitê da campanha de Aécio mostra o tamanho do desrespeito, do preconceito e do ódio pelo ódio carregados pelos tucanos e sua militância. No último dia 14, a Folha de S. Paulo publicou uma foto  do comitê do tucano na qual se podia ler a seguinte mensagem escrita na parede : “Dilma, a espada katana te espreita”. A katana é uma espécie de sabre usado pelos samurais japoneses para matar seus inimigos ou praticar o haraquiri, o suicídio. Nós demos a nossa resposta de alto nível, como sempre fizemos, dizendo que a resposta não virá por meio da violência. O combate ao ódio virá pelas urnas, no dia 26 próximo.

Casos como os citados acima e o ódio ao PT e a Dilma praticado pelo próprio candidato do PSDB mostram que eles não veem em Dilma uma adversária, mas uma inimiga. Mostram que os tucanos e parte de sua militância não estão acostumados com o princípio mais básico da democracia, que é a liberdade de manifestação de ideias. Mostram que eles são intolerantes com o contraditório e, mais do que isso, elitistas, já que suas críticas ao PT e aos petistas sempre vêm carregadas de preconceito de classe. Novamente, deixamos a eles a nossa mensagem de esperança: o ódio e a desinformação serão vencidos pela verdade. E a resposta virá nas urnas. Isso é democracia, e a aceitamos de peito aberto, porque sempre acreditamos no Brasil.

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