Xingar Dilma foi hediondo e sem qualquer noção de civilidade!

Nesta última quinta-feira (12), Dilma, assistiu na tribuna de honra do Itaquerão à partida inaugural da Copa do Mundo. Manteve-se em silêncio. Absteve-se de discursar. Não funcionou, como queria a presidente. A torcida incorporou um pit-bull.
Ao entoar o hino nacional, ao ovacionar os jogadores, a arquibancada tomou-se de um patriotismo atípico. Contudo, rosnou com agressividade inaudita ao dirigir-se a Dilma. Fez isso uma, duas, três vezes. E o torcedor, salivando de raiva, rosnava e gania hostilizando a Presidenta.
Quando Dilma foi exibida no telão do estádio vibrando com o segundo gol do Brasil, arrostou, solitariamente, uma segunda onda de xingamentos. Após a comemoração do terceiro gol, ela ouviu um derradeiro urro: ‘Ei, Dilma, etc…”
O que fizeram com Dilma Rousseff no Itaquerão foi indesculpável. Vamos e venhamos: ela não era nem culpada de estar ali. Dilma teria ficado no Palácio da Alvorada se pudesse. Foi ao "Itaquerão" porque o protocolo a escalou.
Vaiar autoridade em estádio é parte do espetáculo. Numa arena futebolística, dizia Nelson Rodrigues, vaia-se até minuto de silêncio. Porém, ao evoluir do apupo para o palavrão, a classe média presente ao Itaquerão exorbitou. Mais do que uma pose momentânea, o presidente da República é uma faixa. Xingá-la significa ofender a instituição.
Quando o xingamento é transmitido em rede mundial, adquire uma pungência hedionda. No limite, o que a torcida fez na tarde desta última quinta-feira foi informar ao planeta que o Brasil está deixando de ter uma noção qualquer de civilidade.
Quando o fenômeno atinge uma plateia como a do Itaquerão, com grana para pagar os ingressos escorchantes da Fifa, a deterioração roça as fronteiras do paroxismo. Evaporam-se os últimos vestígios de institucionalidade.
A sociedade tem os seus abismos, que convém não mexer nem açular. Mas a humilhação do xingamento transpassou a figura da presidente, atingindo a própria Presidência.
Quem não gosta da Presidenta Dilma, tem à disposição um instrumento que vai além da vaia e bem mais eficaz do que a língua. Basta acionar, no silêncio solitário da cabine de votação, o dedo indicador. O gesto é simples. Mas a pata de um pit-bull não é capaz de executá-lo.Mesmo que num gesto extremo consiga, a força do povo irá impedi-lo! É Dilma de novo em 2014!

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