Obrigar seu companheiro a conviver com sogros pode acabar em separação!

A relação com a família é uma das maiores fontes de conflito de um casal ,em especial a relação com a família do outro. Os limites e o tratamento dado a sogras e sogros, pode gerar brigas e mágoas que, se não forem enfrentados com diálogo e sensibilidade, podem levar a uma separação.
Muitas vezes, é o próprio cônjuge que falha em não criar um distanciamento saudável entre sua nova família e a família de origem (seus pais), impondo ao companheiro ou companheira uma convivência intensa e exigindo sua presença em todos os encontros regulares, sem lhe dar a possibilidade de dizer "não" de vez em quando.
A obrigatoriedade de fazer o parceiro ou parceira participar da família de origem na mesma intensidade não é saudável. Quem tem necessidade de estar com aquela família é quem faz parte dela. Exigir que o outro vá junto toda vez que for tomar café da tarde ou almoçar todo domingo, acaba afetando o relacionamento.
O casal forma um novo núcleo familiar. E, para uma vida harmoniosa, precisa de privacidade e de um mundo próprio. A família de origem é outro sistema. O casal pode se alimentar dos afetos, das relações, mas, se ficar muito intenso, ele perde o seu sistema e passa a fazer parte da família maior, ao invés de constituir um núcleo à parte. Isso não é saudável para a relação a dois.
A vida de casal exige a criação de muitas regras de convivência e negociações diárias, como o que vão almoçar ou onde vão passear. O contato com a família é um ponto mais delicado desse cenário e a negociação pode ser dificultada por diversos fatores. A dependência emocional é uma delas.
Quando o casal se forma, o ideal é que as duas pessoas já sejam autônomas, tenham se diferenciado da família e consigam dizer 'não' para a mãe e o pai. Mas nem sempre isso acontece.
Culpa é outro aspecto importante desse problema. Existe, em nossa cultura, uma forte pressão social para que a família seja sempre colocada em primeiro lugar. Com isso, muitas pessoas sentem culpa quando se afastam ou tentam se ausentar eventualmente. 
Trata-se de um conflito comum. Há o cônjuge que impõe eventos semanais, não coloca limites nas visitas de seus pais em sua casa.
Este fato além de começar a provocar brigas entre o casal, pode trazer outros prejuízos para a vida a dois, como a perda da privacidade. Os problemas que o casal vive na relação acabam sendo compartilhados com a família.E os pais tomam partido,se intrometem e o casal entra em conflito.
O primeiro passo para resolver esse conflito é que a pessoa que se sente incomodada com as imposições familiares deixe claro para a companheira(o) como se sente. Primeiro, tem que ter uma conversa franca, colocar os motivos e estabelecer um limite, como combinar de almoçar uma vez por mês, mas colocar que não quer ser obrigado a ir sempre.
É normal querer estar com a parceira(o), mas nem sempre ele(ou ela) quer estar em determinadas situações. A individualidade é importante. Então, precisa ter sensibilidade para ouvir seu parceiro(a) e aceitar que novos acordos precisam ser feitos.
Chega uma hora na vida que sua maior lealdade não é mais com o seu pai e sua mãe, é com o seu marido ou mulher. É muito importante em um novo casal que a pessoa sinta que está em primeiro lugar.

É importante que a pessoa que é muito ligada à família consiga ir, aos poucos, colocando em prática novas regras de convivência, demonstrando que tem outras prioridades e pode ter planos diferentes para aquele almoço do domingo, por exemplo. O importante é que cada membro do casal seja o responsável por sua própria família. É melhor que a pessoa da família estabeleça limites e que a briga seja com ela, que é filha ou filho, do que a briga seja com o seu companheiro.

Os conflitos mais graves acontecem quando o membro do casal não aceita as reclamações do cônjuge e não concorda em estabelecer limites para equilibrar sua relação, ficando do lado de sua família. É muito difícil resolver o problema se a pessoa não consegue se colocar no lugar do companheiro.

No entanto,não se deve buscar o oposto, um afastamento total da família, colocando sua companheira em uma situação de escolha: "ou eles ou eu". Estar em família também é gostoso, mas a vida à dois é essencial e importante para o casal.

Comentários