Conheça os mitos e as verdades sobre o vinho

Já não é de hoje que os benefícios do vinho, a chamada bebida dos deuses, são propalados na área da saúde. Acredita-se, por exemplo, que o consumo moderado reduz os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, artrite e até câncer de mama. 
O principal elemento responsável por tantos proveitos é o resveratrol, polifenol com efeito anti-inflamatório encontrado na casca da uva. A substância controla os índices de colesterol ruim, prevenindo contra infartos e AVC. Já a polpa traz minerais importantes para a saúde, além de compostos antioxidantes que combatem o envelhecimento celular, daí muitos acreditarem que o líquido é um verdadeiro néctar da longevidade.
Mas câncer e vinho são um tema controverso entre os profissionais.O câncer é uma doença multifatorial e, por isso, apenas com alimentação ou suplementação de algum nutriente possivelmente não será possível preveni-lo caso a pessoa tenha predisposição genética para desenvolver esta patologia.
É evidente que uma boa alimentação, o consumo de antioxidantes e a prática de atividade física são recomendáveis para diminuir a ocorrência de doenças crônico-degenerativas.
Vale citar, ainda, estudo do Centro Médico Cedars-Sinai, nos Estados Unidos: segundo eles, substâncias químicas nas cascas e sementes das uvas tintas reduziram ligeiramente os níveis de estrogênio, enquanto elevaram a testosterona, em mulheres na pré-menopausa que ingeriram a bebida à noite durante cerca de um mês. Com isso, é menor o perigo de desenvolver câncer de mama, sustentam os cientistas.
Não existem evidências de causalidade definitivas que relacionem um elemento específico da dieta com o desenvolvimento de um câncer determinado,como, por exemplo, já foi estabelecido entre o cigarro e o câncer de pulmão. Nesta situação, vemos aspectos de dose (quanto mais se fuma, maior o risco), de predisposição (nem todas as pessoas que fumam desenvolvem o mal, somente algumas) e de prevenção (interrompendo o vício, diminui o risco). Nenhuma destas variantes foi cientificamente comprovada com critérios alimentares.

Isso não quer dizer, que tais interações não possam existir, mas simplesmente que, por falta de provas, não dá para fazer recomendações gerais para toda a população. A diminuição e o aumento dos níveis de hormônios como consequência da ingestão, num curto espaço de tempo, de uma manipulação dietética ,ingestão de cascas de uvas, por exemplo, não representa uma premissa suficiente para sugerir a conduta como parte da prevenção do câncer.

A conduta mais adequada em relação à elaboração de um menu preventivo envolve balanceamento de bons alimentos, sem privilégio ou exagero de qualquer item ou bebida. Evitar a obesidade, não ser sedentário, investir em vacinação preventiva contra HPV e hepatite e não fumar são medidas que provavelmente previnem mais da metade dos tumores malignos que acontecem hoje.
O melhor vinho para a saúde, segundo os estudiosos, é o tinto, justamente pela maior concentração de antioxidantes. Para que se 'lucre' com o consumo, é preciso ingerir diariamente e sem exagero uma taça de 125 ml, quantidade que já é suficiente.
Há quem recomende dividir o consumo: um pouquinho no almoço e no jantar. E são muitas as vantagens: prevenção de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), proteção do endotélio (camada celular interna dos vasos sanguíneos), menos chance de coagulação sanguínea e redução da adesão de plaquetas, o que previne a oclusão de uma coronária, por exemplo.
E tem mais: De acordo com pesquisa da Universidade de Maastricht, na Holanda, o resveratrol diminui os níveis de açúcar no sangue e reduz a pressão arterial. Que tal? Vamos brindar? Então,Saúde!

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