Conheça o TOC

Uma rede de pesquisadores e instituições de vários Estados do Brasil permitiu ao país montar a maior base de dados existente sobre pacientes com TOC.
Completando dez anos de atividade, o C-TOC (Consórcio Brasileiro de Pesquisa em Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo) chegou a conclusões importantes sobre as características e as formas de tratar o problema.
"Temos evidências de que tanto a terapia cognitivo-comportamental quanto os medicamentos, usados de forma independente, são igualmente eficazes para os casos leves e moderados", diz a psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da USP.
Em casos mais graves, é preciso combinar a psicoterapia com uma classe de antidepressivos, os inibidores de recaptura de serotonina.
"Os medicamentos não mudam o comportamento diretamente, mas diminuem a ansiedade e o desconforto causados pelos medos. Já a terapia incentiva o paciente a enfrentar a situação ou pensamento amedrontador sem recorrer aos rituais", diz uma outra psiquiatra da Unesp.
Estudos também mostram que 5% dos pacientes têm melhora completa e espontânea sem tratamento e 20% alternam períodos sem aparecimento de sintomas com fases agudas da doença.
O que os pesquisadores ainda não sabem precisar são as causas do transtorno.
"Cerca de 60% dos casos têm origem genética, mas ainda não descobrimos quais são os genes envolvidos", argumenta uma psiquiatra da Unifesp.
Isso não significa que a transmissão seja sempre direta, embora a hereditariedade também conte: filhos de pais com TOC têm 10% mais risco de ter o transtorno, segundo ela.
Para os médicos, o transtorno é causado pela interação de fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.
Em pessoas com predisposição, algumas situações podem desregular o funcionamento de circuitos que conectam duas áreas cerebrais: a região ligada a processamentos de emoções, planejamento e controle das respostas de medo e a área relacionada a informações emocionais, cognitivas e motoras.
As pesquisas no Brasil e no mundo mostram que o TOC atinge entre 3% e 4% da população em geral, mas a proporção cresce em alguns grupos. Um estudo recente, da Northwestern University, em Chicago, diz que 11% das mulheres que acabaram de dar à luz desenvolvem o transtorno. É uma taxa tão alta quanto a da depressão pós-parto, que atinge 10% das mães.
O estudo incluiu 461 mulheres que tiveram filhos no hospital da universidade.

"O parto pode ser um estímulo emocional forte o suficiente para desencadear os sintomas. Além disso, é um período de mudanças hormonais que, em teoria, também podem estar relacionadas ao surgimento do problema", concluí a  psiquiatra.

Como identificar o TOC (Você tem ou sente):

1.Medo de se contaminar ao tocar objetos ou pessoas.
2.Pensamentos que vai se ferir ou ferir alguém ao segurar uma faca.
3.Medo de ter se esquecido de fechar portas ou apagar luzes.
4.Necessidade de repetir ações,como lavar as mãos.
5.Necessidade de alinhar e organizar objetos de forma simétrica.
6.Pensamentos sexuais considerados impróprios e exagerados.
7.Incapacidade de se desfazer de objetos usados ou inúteis.
8.Vontade irresistível de repetir frases,movimentos ou contar objetos.
9.Necessidade de repetir rituais,como andar sempre de um lado da calçada.
10.Desconfortos no corpo,que são aliviados com movimentos repetitivos.
11.Necessidade de tocar em objetos,até obter a sensação que estão em ordem.
12.Sensação de tensão que precisa ser aliviada com a realização de rituais.

-Se uma das situações acima descritas,consome tempo(mais de uma hora do seu dia),prejudica sua rotina e seus relacionamentos,e se você reconhece que isto é excessivo ou irracional,você esta sofrendo de Transtorno Obsessivo-Compulsivo e precisa de ajuda.

Onde procurar ajuda:

Astoc:Associação Brasileira de Síndrome de Tourette,Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo
www.astoc.org.br
Protoc:Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo da USP.
www.protoc.com.br

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