Ex-gordos buscam autoestima por meio da perfeição física!

A maioria dos traumas de infância acontecem com aquelas crianças acima do peso,os chamados"gordinhos". Segundo dados levantados entre janeiro e dezembro de 2011 pelo Ministério da Saúde, quase metade da população brasileira (48,5%) está acima do peso.
Além dos problemas de saúde que a situação pode causar, como disfunções cardiovasculares, diabetes e colesterol, o emocional também sofre com o aumento de peso. Ser vítima de piadas pode gerar traumas que levam a pessoa à depressão. “A superação existe e pode ser alcançada por qualquer pessoa, mas exige dedicação e é necessário admitir o medo de fracassar e não ser aceito”, diz uma psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. “Um trauma é como se fosse uma pedra, um obstáculo no meio do caminho. O objetivo da análise não é remover a pedra, mas mostrar para o paciente que ele pode seguir sua vida desviando daquela dificuldade”. Quando bem superado, o trauma pode impulsionar a pessoa a tomar decisões mais acertadas e ter um estilo de vida mais feliz e saudável.
O advogado Jairo Dias, sempre foi magro, mas começou a engordar por volta dos 25 e chegou a pesar 113 quilos. Quanto maior o peso, mais baixa ficava sua autoestima. “Sempre fui muito vaidoso, mas fiquei uns seis anos sem conseguir gostar de mim. Minha imagem não me agradava”. Colegas de trabalho, amigos e até familiares começaram a dar apelidos e criticar sua forma física. Quando Jairo começou a sentir dificuldade para realizar tarefas simples como amarrar o cadarço do sapato, percebeu que algo deveria ser feito. Mas uma atitude só foi tomada quando ele se viu em fotos de viagem ao lado da mulher. A insatisfação com a própria imagem foi tamanha que o advogado começou a praticar musculação e corrida em 2010 e, seis meses depois, já havia perdido 30 quilos. Depois de recuperar a autoconfiança, ele quer ajudar outras pessoas a se superar e conseguir um corpo saudável.
Mãe de duas meninas, uma de 18 e outra de 5 anos, a dona de casa Carol Freitas, não havia tido problemas com o corpo até sua segunda gestação, quando chegou a pesar mais de 80 quilos. “Não tenho fotos daquela época, não me deixava fotografar”.
Carol descobriu que o aumento de peso tinha uma causa oculta, um nódulo na glândula tireoide. Ao procurar a opinião de endocrinologistas, ela recebeu a indicação de um remédio que auxiliaria no emagrecimento. Ela recusou. “Comecei a fazer caminhada todos os dias e mudei completamente meus hábitos alimentares”.
Com o auxílio de um nutricionista, Carol passou por uma reeducação alimentar, caminhou diariamente e fez exercícios físicos em casa, pois não tinha dinheiro para se matricular em uma academia. Em cinco meses e meio, estava 17 quilos mais magra. Até o marido acompanhou a dieta e perdeu 22 quilos. Com os atuais 65 quilos, a autoestima foi recuperada. “Odiava me olhar no espelho, não me reconhecia, meu marido não me procurava. Hoje nosso apetite sexual melhorou e eu adoro meu corpo”, afirma.
A administradora Marcia Alves, viveu desde a adolescência o "efeito sanfona". Pesando 82 quilos no final de 2011, o que já lhe causava dor nos joelhos, ela tomou a decisão de emagrecer quando não conseguiu encontrar o vestido que queria para o Réveillon. “Tive que comprar um vestido extra G em uma loja para pessoas obesas”, diz. Foi a gota d'água e ela passou a seguir uma dieta sugerida pela mãe. Cortou óleo e sal e começou a se alimentar apenas da marmita que sua mãe preparava, que incluía muita farinha de soja e aveia. Como não tinha tempo para frequentar uma academia, passou a trocar todas as escadas rolantes por escadas normais e evitava pegar ônibus para percorrer pequenas distâncias. Em um mês, perdeu dez quilos. Só de janeiro de 2012 até agora, Marcia perdeu 17 quilos ,e quer perder mais quatro. “Minha mãe acabou virando uma consultora das minhas amigas. Todas perguntam o que podem e o que não podem comer”.

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