Senado aprova a venda de medicamentos em supermercados

O Senado aprovou dia 25/04/2012 uma medida provisória que autoriza  a venda de medicamentos que não exigem prescrição médica para uso em supermercados, armazéns, empórios, lojas de conveniência e similares.
O texto da medida afirma que que os estabelecimentos comerciais devem levar em consideração a relação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos medicamentos comercializáveis que não precisam de prescrição médicao,mas não faz menção a nenhuma regulamentação.
O projeto que transforma a medida provisória em lei será encaminhada à sanção da presidente Dilma Roussef.
O líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde, afirmou em plenário que vai pedir para a presidente Dilma vetar esta parte do projeto. "Mesmo sendo remédio sem restrição médica tem de ser restrito a venda às drogarias", disse o senador.Ele ainda pediu que a presidente Dilma não sancione o artigo e disse ainda que a tendência dela é de vetar o projeto.
"Se esse artigo não for vetado pela presidente garantirá que estabelecimentos comerciais poderão dispensar e comercializar medicamentos, o que se trata de um verdadeiro absurdo",concluíu o senador. 


O setor de farmácias e drogarias reagiu negativamente à aprovação da medida provisória que libera a venda de remédios que não precisam de receita em supermercados, armazéns e empórios.
"A medida é um grave risco à saúde do consumidor", avaliou o presidente da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias).
"Se os supermercados querem vender remédios, eles podem abrir farmácias", disse ele.
"Em países com sistema de saúde rigoroso, como alguns na Europa, as vendas são nas farmácias, que contam com farmacêuticos o tempo todo",complementou.
Para ele, a medida foi "importada" de países como os EUA, que permitem a venda de medicamentos sem prescrição em supermercados.
"Mas no Brasil temos uma disparidade socioeducacional muito grande. As pessoas poderiam acabar trocando a compra de frutas por vitaminas em cápsulas", afirmou.
Na opinião do presidente do Conselho Federal de Farmácia, a liberação representa uma "irresponsabilidade".
"O Brasil já tem um dos mais altos índices de automedicação do mundo. Com certeza, essa medida só irá agravar esse quadro", avalia.
Segundo ele, a quantidade de vítimas de intoxicações e efeitos adversos de medicamentos não recomendados pode aumentar perigosamente. "O que representa, além de mais internações, elevação nos gastos públicos com saúde", finalizou.


Dilma veta venda de remédios em supermercados

A presidente Dilma Rousseff proibiu a venda de remédios que não precisam de prescrição médica em supermercados, armazéns, empórios, lojas de conveniência e estabelecimentos similares. O veto consta no "Diário Oficial" da União de 18/05/2012.
A dificuldade de controle da comercialização, a automedicação e o uso indiscriminado dos medicamentos foram listados como justificativas à proibição.
 

 

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