Médicos americanos fazem campanha contra excesso de exames

Em um ato contra o excesso de exames, nove sociedades médicas americanas lançaram uma lista com 45 exames que deveriam ser pedidos com menor frequência. As recomendações são dirigidas também aos pacientes, para que questionem seus médicos.
Outras oito sociedades de especialistas também se preparam para anunciar suas listas de procedimentos que devem ser menos frequentes.
A mudança representa um reconhecimento por parte dos médicos de que muitos exames e procedimentos rentáveis são realizados de forma desnecessária e podem prejudicar os pacientes.
É importante que as pessoas saibam que o excesso de exames traz mais problemas do que benefícios.
Essa mudança de opinião nos EUA também reflete em alterações nos planos de saúde, que estão tentando concientizar os médicos para pedirem menos exames e procedimentos.

ALTOS GASTOS
 
Tratamentos desnecessários são uma importante fonte de gastos entre as despesas médicas nos EUA.
A campanha das sociedades médicas foi batizada de "Choosing Wisely"nos EUA (ou seja,escolhendo sabiamente).
A lista de exames inclui recomendações para procedimentos rotineiros, como eletrocardiogramas, hoje feitos mesmo quando não há sinal de problemas cardíacos, e ressonâncias magnéticas.
O American College of Radiology solicitou que os radiologistas não realizem exames de imagem em pacientes com uma simples dor de cabeça. Até os oncologistas estão recebendo a recomendação de pedir menos exames em pacientes com câncer de mama ou de próstata em estágio inicial com poucas chances de metástase.
"O uso excessivo de cuidados representa uma das mais sérias crises na medicina norte-americana", afirma Lawrence Smith, chefe do North Shore-Long Island Jewish Health System, em Nova York. "Muitos pensaram que a resistencia maior veriam das sociedades de especialistas, e não é o que acontece."

EXAGEROS NO BRASIL

Mas o sistema privado dos EUA não é muito diferente da situação no Brasil. Aqui também há exagero de exames e intervenções.
Infelizmente, as pessoas preferem o exagero, mesmo que tenham um prejuízo por causa de um tratamento sem necessidade. Sabe-se que não é por causa dos exames que elas vão viver mais. Alimentação saudável, atividade física e parar de fumar são mais importantes.
Os médicos, por sua vez, muitas vezes não seguem essas diretrizes.Como o tempo das consultas é curto, o médico logo pede um exame e o paciente sai mais satisfeito.
"As pessoas acham que o dinheiro gasto com o convênio só vale a pena se usarem ao máximo. Mas deveriam pensar que é como um seguro de carro: ninguém quer viver o drama de um acidente automobilístico para receber o dinheiro do seguro."concluí um especialista brasileiro.

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