Alerta Sobre o Uso de Ácido Acetilsalisílico


Um fato relevante a ser considerado em nosso país é a automedicação, que em determinadas situações pode causar sérios prejuízos à saúde do paciente automedicado. Um exemplo seria o uso de salicilatos (ésteres dos ácidos salicílicos) para tratar sintomas como febre e dores.

O ácido acetilsalisílico, principal membro da classe de fármacos antiinflamatórios não-esteroidais com propriedades analgésicas e antipiréticas, cujos efeitos poderiam justificar seu uso em pacientes com gripe, além de suas propriedades antiinflamatórias, também é utilizado nos distúrbios inflamatórios agudos e crônicos, tais como artrite reumatóide, osteoartrite e espondilite anquilosante. Além disso, o medicamento inibe a agregação plaquetária, bloqueando a síntese do tromboxano A2 nas plaquetas, possuindo várias indicações relativas ao sistema vascular.

O uso de salicilatos está contra-indicado nos casos de indivíduos com asma, úlcera, gastrite, insuficiência renal ou hepática e sangramentos. Seu uso para alívio dos sintomas da gripe deve ser evitado em crianças, porque ele pode estar associado com o aumento de risco para o desenvolvimento da Síndrome de Reye.

A Síndrome de Reye (SR) é uma doença que afeta principalmente crianças, embora possa ocorrer em qualquer idade, variando principalmente no intervalo entre seis meses e quinze anos. Felizmente é rara, com uma incidência anual que varia de 0,16 a 0,88 para 100.000 crianças, com variações regionais. A doença afeta todos os órgãos do corpo, sendo mais prejudicial ao cérebro e ao fígado, por causar um aumento agudo de pressão dentro do cérebro e, freqüentemente, acúmulos volumosos de gordura nos demais órgãos.

A SR é definida como uma enfermidade de segunda fase pelo fato de ocorrer após alguma infecção viral,mas pode ter sua freqüência aumentada após exposição a medicamentos contendo salicilatos. A síndrome pode ocorrer durante a recuperação de uma infecção viral ou pode desenvolver-se três a cinco dias após o início da virose. Seus sintomas incluem vômito recorrente ou persistente, letargia, mudanças de personalidade como irritabilidade ou agressividade, desorientação ou confusão, delírio, convulsões e perda da consciência, exigindo assistência médica imediata.Desta forma, acreditamos que esta classe de medicamentos, os salicilatos, não devem ser utilizados por pacientes com quadro viral e, principalmente por crianças, pois há no mercado outros fármacos disponíveis que podem substituir os salicilatos com ótima eficácia terapêutica, com a grande vantagem de eliminar o risco para o desenvolvimento da Síndrome de Reye.

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